Hora de crescer

Pulo do Gato - Fernanda Proença e o cabeleireiro Rodrigo Cintra

Como a brincadeira de criança se tornou a carreira profissional da empresária que não perde a chance de desenvolver seu negócio

Desde criança, Fernanda Proença gostava de fazer penteados nos cabelos da irmã, da amiga da irmã e de quem mais estivesse por perto. Aos 14 anos, ela ganhou do seu pai uma chapinha “do modelo mais antigo que existia” e foi então que ela percebeu a grande oportunidade: deixar as mulheres mais bonitas garantiria, além de satisfação pessoal, algum dinheiro. “Eu cobrava R$ 3,00 das minhas amigas. A procura foi aumentando e aos 17 anos abri meu primeiro salão, o Evidence”, relembra a empresária. Apesar de feliz por se tornar uma empreendedora, a precocidade trouxe algumas dificuldades para a jovem cabeleireira. Informalidade, falta de organização financeira e até preconceito foram algumas delas. “Hoje tudo isso foi superado, tenho agenda lotada.

 

Viva Itapeva - Quando você decidiu que iria ser cabeleireira?

Fernanda - Eu sempre gostei muito de arrumar os cabelos das pessoas. É uma satisfação muito grande ver a pessoa feliz com o resultado de um corte ou de um penteado. Além disso, na cidade onde eu morava (Capão Bonito), uma amiga que me incentivou a fazer cursos. Quando me mudei para Itapeva, com a ajuda do meu pai abri meu primeiro salão. Eu então, aos 17 anos, estava numa cidade onde não conhecia praticamente ninguém e com um salão para gerenciar.

Viva Itapeva - Quais foram as dificuldades desse período?

Fernanda - Além de não ter amigas para convidar para conhecer o salão, eu era muito nova, então as pessoas não confiavam em mim. Me lembro de uma vez em que uma cliente, ao saber que era eu a cabelereira do salão, deu uma desculpa e foi embora. Fiquei arrasada, mas eu não desisti. Continuei com o salão aberto e aos poucos outros clientes foram chegando.

Viva Itapeva - Há alguma vantagem em se começar assim tão cedo?

Fernanda - Como eu precisava provar que meu trabalho era bom, eu investi muito em cursos, em qualificação. E isso foi bom, porque hoje tenho uma clientela boa e fiel. Trabalho com agenda lotada para as semanas seguintes. Além disso, começar cedo fez com que eu crescesse cedo também. No início meu pai me ajudava pagando o aluguel, mas depois de três anos assumi todas as despesas e isso foi muito bom para mim.

Viva Itapeva - Como tem sido esse período, com a crise econômica enfrentada pelo país?

Fernanda - Vejo que as mulheres estão economizando, mas elas não deixam de frequentar o salão. As pessoas estão mais vaidosas do que antes e acho que mesmo com a crise, isso não vai mudar. Há formas de se economizar, sem abrir mão da satisfação de cuidar do corpo e da aparência. Em um salão de beleza não há gastos. Há investimentos.

Viva Itapeva - Quais são as dicas para quem está começando agora no mundo empresarial?

Fernanda - Eu acho que antes de qualquer coisa, não se pode entrar nessa área só por dinheiro. É preciso gostar muito do que se faz, porque lidar com pessoas não é fácil. As clientes são bastante exigentes e é preciso atender a todas com o mesmo carinho. Além disso, simpatia e alegria fazem toda a diferença. Quem procura um salão de beleza quer se sentir bem, se sentir valorizado. E é preciso saber ouvir.

Viva Itapeva - E para o futuro? Quais são suas metas?

Fernanda - Desde que comecei a trabalhar, minha meta é o crescimento e agora não é diferente. No próximo semestre vou inaugurar o salão em novo endereço, agora em sede própria. Além dos serviços já oferecidos, o novo salão terá espaço especial para as noivas, madrinhas, banheira de hidromassagem, massagens e estética facial. Serão 97 metros quadrados para oferecer mais conforto às clientes. O nome também vai mudar para Fernanda Proença Beleza e Bem Estar.